Deixa-me, que eu não tenho a culpa de ver-te cair. Sim, eu não tenho a culpa de ver-te cair
(Enrique Ortiz de Landázuri Izarduy).
Umas vezes, é ficção; outras vezes, não.
quarta-feira, 6 de maio de 2015
Panteão
De repente, estávamos todos vestidos com calções demasiado justos, t-shirts fluorescentes, sapatilhas muito coloridas e de aspecto sofisticado, tudo com um ar caríssimo, eu tinha uma fita na cabeça e um relógio da era espacial com conta-quilómetros. Éramos um grupo grande, tudo gente muito gorda, mas corriam todos depressa, muito mais depressa do que eu, galgavam escadas, rampas, ruas e avenidas a uma velocidade que eu não conseguia acompanhar. Fui ficando para trás, cada vez mais para trás e cheio de dores e a faltar-me o ar e então eu parei e declarei com solenidade e com o fôlego que me restava "não quero mais correr com vocês! Quero correr com gente que seja ideologicamente estimulante e fisicamente compatível comigo!" Num instante, estava no meio de velhinhos, reconheci o Alexandre Herculano e o José Saramago e diz o Saramago "o Garrett hoje não vem que já está morto" e rimos todos muito, tudo à gargalhada. Por causa do riso senti nova pontada abaixo do diafragma, era a dor de burro, tínhamos atravessado a feira da ladra e estávamos a passar ao pé do Panteão, então eu disse "opá, corram vocês que eu fico já aqui" e diz o Herculano "que se lixe, ficamos todos".
sábado, 2 de maio de 2015
Notas de prova: Praia de 1 de Maio
Abertura com sol consistente que se manteve quase sempre intenso e adormecedor; a água apresentou-se como ponto fraco, ainda com pouco estágio sobre a laje recentemente aquecida; boa temperatura com final prolongado muito agradável que soube encontrar continuidade na Esplanada do Desportivo da Guia, onde o sabor do caracol novo rematou a tarde com elegância. Casou muito bem com canecas e, no prolongamento, já em casa, com cerveja engarrafada bem fresca.
3,5/5
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