Deixa-me, que eu não tenho a culpa de ver-te cair. Sim, eu não tenho a culpa de ver-te cair
(Enrique Ortiz de Landázuri Izarduy).
Umas vezes, é ficção; outras vezes, não.
sexta-feira, 6 de março de 2015
O aniversário
Fui tendo os meus amores pela vida fora. Da bola de futebol à guitarra, das adidas aos cães, da vista sobre o Tejo às viagens para Sul, as paixões foram-se acumulando, quase sempre foram crescendo. Há quem diga que não há amor como o primeiro. Eu diria que não há amores iguais. Mas há alguns que fazem doer mais quando tudo acaba. O Público foi um dos meus grandes amores e foi a relação mais longa que tive até hoje: 14 anos e meio de vida difícil. Difícil mas, no entanto, no dia em saí do trabalho pela última vez, cheguei ao metro a chorar (foi tão embaraçoso: as pessoas olhavam e eu sentia-me ridículo ao ponto de me rir e não parava de chorar, porque não dava, porque aquela despedida foi demasiado triste) - e nunca mais consegui voltar àquela redacção para visitar ex-camaradas ou, sequer, para ir buscar o meu caixote pessoal ou o computador que me pertencia - ficou lá tudo. Não foi por falta saudades, é porque ainda magoa um bocadinho. Não é fácil explicar, mas o meu trabalho foi a casa onde eu cresci (tinha 18 anos no dia em que lá entrei pela primeira vez, pensei que ia fazer um biscate de três semanas - passei lá quase metade da minha vida). O Público faz hoje 25 anos e 14 deles foram passados comigo. É muito tempo.
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