Deixa-me, que eu não tenho a culpa de ver-te cair. Sim, eu não tenho a culpa de ver-te cair
(Enrique Ortiz de Landázuri Izarduy).
Umas vezes, é ficção; outras vezes, não.
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
1.
Então, estávamos no Sabotage. Tive de ir à casa-de-banho. Tínhamos jantado, depois fomos beber umas cervejas, por fim decidimos ouvir música. Em bares, prefiro sempre a privada em vez de usar os urinóis. Dá-me uma refrescante ilusão de higiene ou, no mínimo, alguma esperança - "talvez aqui seja mais asseado" pensava eu enquanto mijava e, nesse momento, entrou um tipo por ali adentro e vomitou-se todo, nos urinóis. Eu estava de porta aberta, assisti a tudo olhando por cima do ombro e sem dizer uma palavra. Quando acabou de cuspir o último fio de baba, tentou erguer-se com a dignidade possível. Penso que nem deu por mim. Mexia-se devagar, lá fora estava a dar Kinks e eu a pensar "se fosse no Jamaica, estava a dar Heroes del Silencio". Então o tal tipo carregou no botão do autoclismo do urinol e começou a lavar-se, primeiro as mãos, depois a boca, e eu a pensar "é normal, isto é tudo alumínio, uma pessoa confunde-se". Fechei a braguilha, lavei as mãos - no lavatório -, saí e estava a dar Jimmy Hendrix. Cheguei ao pé dela e disse-lhe ao ouvido "já tenho nome para o blogue", "o quê?!" disse ela e eu "até tenho subtítulo!" e comecei a tocar air guitar, mas à canhoto por uma questão de rigor.
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